Estava a ler um texto num livro. Dizem que a distância é a falta de diálogo, a
falta de atenção, a indiferença. Não é nada disso, sei que a nossa distância
nunca serão os tantos quilómetros que nos separam, que aos olhos dos outros são
os que sempre desejaram ver, mas sim momentos que vivemos com quem amamos dentro do
coração, como se tivéssemos frente a frente, olhos nos olhos a fazer bem, um ao outro. Não são menos importantes do que os
outros momentos que toda a gente associa quando falam em amor. As pessoas magoam-nos,
isso é certo, e amar em silêncio não deixa de ser uma forma de amar, que
ninguém pode estragar.
O amor não acaba, por não ser o momento certo hoje, ou amanhã. Acaba quando as pessoas deixam de lutar, deixam de sentir tudo que foram, tudo o que são. Tudo que é verdadeiro fica para sempre, não há finais felizes, porque o amor verdadeiro não tem fim!
Sinto-te em mim, é impressionante, hoje acordei e como de costume disse-te baixinho: bom dia amor! amo-te tanto... Senti tantos sentimentos bons em mim, senti tranquilidade que preciso para viver. A saudade existe para lembrar o quanto amamos
alguém. Se te dissesse o quanto te amo, não o conseguiria escrever em nenhum
texto, mas tento, e espero que entendas que é a forma que sempre tive de deixar
sempre claro quem fui. Sempre fui um zero à esquerda a escrever, no secundário português e inglês eram as minhas piores notas, mas escrevo,
porque é o meu abrigo, aquele que ninguém conseguiu reprimir. É a porta do meu
coração que ficou sempre aberta, escondida, para que ninguém te pudesse magoar
mais.
Fiquei em casa hoje à tarde no entanto fui trabalhar de
manhã bem cedinho, e desde a uma hora da tarde não parei de pensar um segundo em ti.
Lembrei-me dos dias em que, sem ninguém me ver, escondido, ia atrás de ti, só
para poder ver se estavas bem. Sempre tive medo que me visses, que achasses que
estava a perseguir-te, não queria que te sentisses mal por mim. Lembrei-me das
horas de calor que passava no carro, da situação caricata que aconteceu de
ficar sem bateria por ligar o ar condicionado, e nesse dia chegar às oito horas
da noite a casa. Lembrei-me dos momentos que apesar de estranhos, foram
especiais porque nunca mais os irei esquecer. Não irei esquecer os pequenos pormenores,
como a roupa que usavas como aquele casaco preto comprido que tantas vezes vi
em ti vestido, a tua coleção de sapatos, ou até mesmo aquele casaco cor de rosa
que tinhas que te dava um ar de princesa, de uma tulipa cor de rosa, da flor
mais linda de todas as que a Natureza já ofereceu.
Sei que não deva fazer mais isso, por respeito
a ti, sei que precisas do teu espaço, e irei sempre dar-to, irei sempre cumprir
as tuas ordens.
Se não fosses tu, eu já teria desistido de ir
à Universidade, já teria desistido de tudo, do mestrado. Fora o que construí na
Universidade em teu nome, quando te vi, os momentos que passei contigo, os
locais que me cruzei contigo, nada na Universidade tem sentido. Sinto-me mal ao
ir às aulas, sinto-me contrariado quando entro na sala, ao fazer os trabalhos, e
principalmente quando passo em certos sítios que não trazem boa recordação como
junto da biblioteca. Fico nervoso, não sei explicar, apetece-me dar meia volta
e desaparecer. Preferia trabalhar de manhã à noite, nem que fosse como um
escravo, do que ir às aulas. Cada vez perco mais motivação, não sei o que se
passa comigo, é estranho.
Não sei o que fazer, é bastante difícil. Tento
agarrar-me aos momentos que me proporcionaste um dia, foi a única coisa que
aconteceu de bom na minha vida, teres aparecido e preenchido o meu coração, o
meu interior, a minha vida por completo!! Sabes, não sei o que seria sem ti...
3 MAI, 2017 0
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